Há algum tempo, deparei-me com uma situação inusitada... Uma empresa que permitia que seus colaboradores utilizassem táxi para deslocar-se, em razão de alguma necessidade relacionada ao negócio da empresa. Não havia maiores controles e, por incrível que pareça, sequer era exigido um recibo do táxi para a prestação de contas.
Eis que o gestor financeiro da empresa resolveu averiguar a conta de utilização de táxis e o mesmo surpreendeu-se com o volume de recursos que era utilizado para reembolso das despesas efetuadas diariamente pelos colaboradores. Indignado com a situação, imediatamente, baixou uma ordem para somente ser permitido o reembolso, mediante recibo. O resultado foi a redução de 70% no valor do reembolso das despesas de táxi!
Ora, não é preciso ser um especialista para entender que os colaboradores daquela empresa estavam utilizando o táxi como um complemento de salário. A falta de controles também colaborava para que a situação se perpetuasse. Fosse o ser humano perfeito, não haveria necessidade de controles... mas o ser humano não é perfeito!
A pessoa que subtrai 1 moeda de um real que não é sua, sobre uma mesa, é capaz de subtrair 1 nota de R$ 100 reais e daí por diante, chegando a furtos ou desfalques de monta considerável.
Da mesma forma, aquela que é capaz de levar consigo algo que não é seu, se valendo da justificativa que não tem dono... como se algum objeto tivesse ido parar ali por magia, demonstra um preocupante desvio de conduta, que certamente pode permear diversas ações nocivas àqueles ao seu redor.
E finalmente alcançamos o ápice desse artigo ao levantar-se o questionamento sobre o caráter de alguém. Seria o caráter de uma pessoa herdado de seus antepassados ou moldado pela convivência com o seu meio? Apesar de haver defensores de ambas as teses e diante de inúmeras situações com que me deparei ao longo dos anos, acredito na segunda teoria: o caráter é moldado consoante a convivência daqueles que estão ao seu redor. Diferentemente de outras características que, a meu ver, emergem do DNA, tais como talento para alguma atividade, temperamento, etc...
Isso reforça a tese de que se cada ser humano se esforçasse para melhorar como pessoa, a influência desse esforço pessoal iria refletir naqueles ao seu redor, culminando em uma sociedade melhor, um país melhor... um mundo melhor.