“Information Wall” – Uma Necessidade Crescente

June 27, 2022

Em 9 de maio de 2022, o informativo “Policy & Medicine” publicou um interessante artigo assinado por Thomas Sullivan, cujo título é “McKinsey – Serving as a Double Agent?”. Ele descreve que o Comitê de Supervisão e Reforma da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos emitiu um relatório, concluindo que 22 consultores da renomada empresa de consultoria McKinsey foram designados para trabalhar simultaneamente com o governo norte-americano e com fabricantes de opioides.

Em seguida, o mesmo relatório observou que tais consultores aproveitaram-se de suas conexões com a Food and Drug Administration (FDA, agência que regulamenta e monitora alimentos e medicamentos nos EUA) para obter mais trabalhos de consultoria com fabricantes de medicamentos, explicitando os detalhes do flagrante conflito de interesses.

O caso acima traz à tona uma situação bastante corriqueira com que todas as empresas de consultoria e prestadoras de serviços se defrontam no seu dia a dia.

O fato é que, em um mercado cada vez mais competitivo, empresas de consultoria e prestadoras de serviços não podem se dar ao luxo de possuir apenas um único cliente dentro de um segmento de mercado. Entretanto, como lidar com o potencial conflito ao defender os interesses de empresas que são competidoras ferrenhas em um mesmo segmento, ainda mais levando em consideração o fato de que são assinados contratos de confidencialidade, de forma a proteger todas as informações disponibilizadas?

A resposta de um milhão de dólares tem nome: “information wall”, denominada por alguns como “chinese wall”, em alusão à Grande Muralha da China. Porém, na prática, como funciona a “information wall”?

É relativamente simples no funcionamento, mas cautelas precisam ser adotadas. Se a empresa prestadora de serviços ou de consultoria vai prestar serviços a duas concorrentes no mesmo segmento de mercado, a forma de evitar o conflito de interesses é garantir que os profissionais que trabalham em um caso não terão acesso a informações ou documentos do outro caso. Dessa forma, times internos são segregados, de forma a evitar que o conhecimento de informações confidenciais de alguma das partes privilegie indevidamente a outra parte, concorrente da primeira.

A “information wall” já é bem conhecida e difundida no setor financeiro, especialmente em consultorias financeiras e bancos. Porém, empresas prestadoras de serviços e de consultoria que não a adotarem de maneira séria correm um grande risco de perda importante de clientela, devido a já atender potencial concorrente naquele segmento, sem poder oferecer garantias de que o acesso a certas informações não irá vazar ou contribuir indevidamente para o negócio do outro cliente.

Para que a “information wall” funcione de forma adequada, é recomendável que a empresa de prestação de serviços e de consultoria adote as seguintes cautelas:

1. A inclusão do conceito de “information wall” no seu código de ética ou código de conduta.

2. A elaboração de uma política de “information wall”, estabelecendo os princípios que irão reger a segregação de serviços.

3. Treinamento para os colaboradores compreenderem a importância da “information wall” e as consequências financeiras e de danos à reputação pela violação da segregação dos serviços, consoante clientes potencialmente concorrentes.

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Em seguida, o mesmo relatório observou que tais consultores aproveitaram-se de suas conexões com a Food and Drug Administration (FDA, agência que regulamenta e monitora alimentos e medicamentos nos EUA) para obter mais trabalhos de consultoria com fabricantes de medicamentos, explicitando os detalhes do flagrante conflito de interesses.

O caso acima traz à tona uma situação bastante corriqueira com que todas as empresas de consultoria e prestadoras de serviços se defrontam no seu dia a dia.

O fato é que, em um mercado cada vez mais competitivo, empresas de consultoria e prestadoras de serviços não podem se dar ao luxo de possuir apenas um único cliente dentro de um segmento de mercado. Entretanto, como lidar com o potencial conflito ao defender os interesses de empresas que são competidoras ferrenhas em um mesmo segmento, ainda mais levando em consideração o fato de que são assinados contratos de confidencialidade, de forma a proteger todas as informações disponibilizadas?

A resposta de um milhão de dólares tem nome: “information wall”, denominada por alguns como “chinese wall”, em alusão à Grande Muralha da China. Porém, na prática, como funciona a “information wall”?

É relativamente simples no funcionamento, mas cautelas precisam ser adotadas. Se a empresa prestadora de serviços ou de consultoria vai prestar serviços a duas concorrentes no mesmo segmento de mercado, a forma de evitar o conflito de interesses é garantir que os profissionais que trabalham em um caso não terão acesso a informações ou documentos do outro caso. Dessa forma, times internos são segregados, de forma a evitar que o conhecimento de informações confidenciais de alguma das partes privilegie indevidamente a outra parte, concorrente da primeira.

A “information wall” já é bem conhecida e difundida no setor financeiro, especialmente em consultorias financeiras e bancos. Porém, empresas prestadoras de serviços e de consultoria que não a adotarem de maneira séria correm um grande risco de perda importante de clientela, devido a já atender potencial concorrente naquele segmento, sem poder oferecer garantias de que o acesso a certas informações não irá vazar ou contribuir indevidamente para o negócio do outro cliente.

Para que a “information wall” funcione de forma adequada, é recomendável que a empresa de prestação de serviços e de consultoria adote as seguintes cautelas:

1. A inclusão do conceito de “information wall” no seu código de ética ou código de conduta.

2. A elaboração de uma política de “information wall”, estabelecendo os princípios que irão reger a segregação de serviços.

3. Treinamento para os colaboradores compreenderem a importância da “information wall” e as consequências financeiras e de danos à reputação pela violação da segregação dos serviços, consoante clientes potencialmente concorrentes.

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